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USP apura esquema de ‘cola’ por WhatsApp

A suspeita é que o caso envolva mais de 200 estudantes

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 16h56 - Publicado em 1 jul 2016, 10h11
Poli Usp Cidade Universitária
Poli Usp Cidade Universitária (Marcos Santos/USP Imagens/)
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A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) investiga um esquema de fraude por meio de um grupo no aplicativo WhatsApp para “colas” em provas de duas disciplinas dadas aos alunos de primeiro ano de engenharia. A suspeita é que o esquema pode envolver mais de 200 estudantes. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. 

Na manhã da segunda-feira passada, uma prova de cálculo 1 era aplicada em diversas salas para cerca de 800 estudantes no prédio do Biênio da Poli, no Butantã, Zona Oeste de São Paulo. Um aluno de 19 anos foi flagrado usando o celular no exame. Segundo o boletim de ocorrência, o professor que aplicava a prova pediu que o estudante entregasse o aparelho e, ao final do exame, acionou outros docentes, que fizeram questionamentos ao rapaz. 

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No aparelho, encontraram uma mensagem enviada pelo aluno em um grupo chamado “Honestidade”, do qual a polícia constatou que fazem parte mais de 200 pessoas. Ainda segundo o boletim de ocorrência, o rapaz teria enviado uma foto da prova ao grupo para que outras pessoas, que não estavam na sala, enviassem a solução das questões. Também foram encontradas as mensagens com as respostas da prova. O celular do aluno foi apreendido pela polícia e será periciado.

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O caso foi registrado, por enquanto, como não criminal. Procurado pelo pela reportagem, o estudante disse que foi orientado por seu advogado a não dar entrevistas. De acordo com José Roberto Piqueira, diretor da Poli, uma sindicância interna já foi aberta na unidade, e a Comissão de Ética da universidade também foi notificada para acompanhar o caso. “A USP também iniciará um processo civil, caso a polícia detecte que houve formação de quadrilha (para o esquema de cola). Essas pessoas podem ser processadas por manchar a imagem da instituição. É um processo em que até cabe indenização”, disse Piqueira. 

Segundo o diretor, a suspeita é de que a fraude não acontecia de forma constante, mas há indícios de que pode ter ocorrido também no exame da disciplina de álgebra linear, ministrada para os alunos de 1º ano. “Quero deixar muito claro que esse não é o perfil do aluno da Poli, isso não é usual entre os estudantes. Os alunos da Poli primam pela honestidade e isso é um deslize de um grupo que vai ser apurado e punido.” 

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Piqueira também ressaltou que o esquema envolvia uma pequena parcela de alunos e disse ter sido a primeira vez que um caso como esse é identificado na unidade. O curso de engenharia na Poli é um dos mais disputados da Fuvest. Na última edição do vestibular foi o curso com a quinta maior nota de corte. 

O diretor afirmou que a prova não será cancelada e que, nos casos em que for comprovada a “cola”, os alunos terão a prova zerada e vão responder a processos administrativos. “Em matemática, existe uma coisa chamada estilo algébrico e não existem dois estilos iguais. É que nem caligrafia. Por isso, facilmente a gente vai perceber quais são as soluções que vieram dessa fonte. E essas provas vão ser todas anuladas e todos responderão a processo administrativo.”

Estatuto

Em nota, a USP informou que os processos administrativos são conduzidos pelas unidades, que podem decidir por penalidades que vão de advertência, suspensão e expulsão do aluno. No casos das duas últimas, a indicação deve partir de uma comissão processante.

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