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Festas cariocas transformam a balada em night

Noitadas do Rio de Janeiro atraem milhares de fãs em suas edições paulistanas

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 1 jun 2017, 18h14 - Publicado em 2 jun 2012, 00h51
Chá da Alice 2272
Chá da Alice 2272 (Divulgação/Divulgação)
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A expressão carioca “cair na night”, equivalente ao nosso “curtir a balada”, fará cada vez mais sentido em São Paulo. Isso porque pelo menos cinco festas vindas do Rio de Janeiro têm edições agendadas para os próximos meses por aqui. No dia 15, por exemplo, rola pela primeira vez o Baile do Zeh Pretim. Criado há um ano, ele faz sucesso entre a moçada endinheirada. A graça é o clima de mistério. O local onde ocorre o evento é revelado somente algumas horas antes de seu início. Por causa do trânsito inconstante — embora o carioca não seja muito melhor —, os paulistanos terão esse prazo estendido para dois dias de antecedência.

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Mesmo com a logística complicada, a maior parte dos 1.000 convites postos à venda desapareceu nos dois primeiros dias. Até a última quarta (30), só havia ingressos para os homens, a 250 reais. “Não esperávamos essa repercussão”, afirma Rafael Setrak, um dos empresários responsáveis por trazer a iniciativa para cá. “Trata-se de um evento que é uma grife, o que ajuda a atrair o público.” O fenômeno também é percebido no sentido inverso. Projetos da capital paulista, como Gambiarra e Sem Loção, além do Studio SP (que ganhou o nome Studio RJ), já invadiram as areias da capital fluminense.

De clima para lá de despojado e queridinha de famosos no estilo do apresentador Zeca Camargo, a festa Chá da Alice, inspirada no universo do livro “Alice no País das Maravilhas”, do inglês Lewis Carroll, desembarcou na Pauliceia no fim de 2010, em uma comemoração para 400 pessoas. No último dia 19 de maio, em sua terceira edição local, lotou o Teatro Mars, na Bela Vista, com 850 “alicianos” (apelido dado a seus fãs), embalada por pop e música brasileira. Logo na entrada, personagens como o Chapeleiro Maluco e a Rainha de Copas distribuíam um drinque à base de chá, pimenta e vodca. Performances circenses reforçaram sua atmosfera lúdica.

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Também focado em diversão “sem pose”, o Bailinho, criado pelo ator e DJ Rodrigo Penna, mostra-se mais sólido do que nunca em nosso calendário. Desde que migrou para cá, em 2008, realiza folias bastante disputadas. Playboys e moderninhos misturam-se no salão, ao som de uma discotecagem eclética, que vai do rock ao funk. O ponto alto da madrugada fica por conta da distribuição de apetrechos que esquentam a bagunça, entre eles óculos coloridos, coroas, confetes e até guarda-chuvas.

M.I.S.S.A. 2272
M.I.S.S.A. 2272 ()

Os sócios da agência Multicase ajudaram a rechear a programação paulistana com duas folias cariocas. Em janeiro do ano passado, voltaram de uma viagem ao Rio com duas oportunidades de negócio na manga. Primeiro, trouxeram a M.I.S.S.A. (Movimento dos Interessados em Sacudir Sua Alma). No palco da atração brilha o Trio Ternura, grupo comandado pelo ator Thiago Martins (do filme “Cidade de Deus”), especializado em MPB e samba. Para descontraírem o pessoal, garotas vestidas com roupas angelicais entregam adesivos com os dizeres “peco” e “não peco”. A fórmula deu tão certo que, alguns meses depois, foi a vez de a agência trazer para cá a Sapucapeta, nos moldes de um bloco carnavalesco. Com seu vozeirão, o cantor Leandro Sapucahy entoa, principalmente, clássicos do samba.

Bailinho 2272
Bailinho 2272 ()
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Ambos os projetos foram conquistando adeptos e contam com um público crescente de, respectivamente, 3.000 e 5.000 pessoas. “Para que os convidados entrem no clima, distribuímos biscoitos de polvilho e montamos decorações praianas”, diz Rick Fleury, diretor da Multicase. “Optamos ainda por tirar da trilha sonora os hits de funk e hinos de futebol.” Ele, que já exportou uma de suas festas para lá, negocia trazer novos projetos cariocas. A troca cultural entre as duas metrópoles deve ficar mais intensa e os festeiros, tanto os que dizem “ô, meu” quanto os que falam “qualé?”, só têm a ganhar com isso.

Sapucapeta 2272
Sapucapeta 2272 ()

ELES VÃO INVADIR A NOSSA PRAIAPelo menos cinco projetos cariocas têm previsão de desembarcar por aqui nos próximos meses


Baile do Zeh Pretim

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Tem estreia programada para o dia 15. Em clima secreto, o local do evento só será revelado dois dias antes. Hits de Tim Maia e Jorge Ben Jor, além de pop dos anos 80 e 90, compõem a trilha sonora. O ingresso dá direito a uísque, vodca, energético e drinques à vontade. Apetrechos como óculos e balões serão distribuídos durante a madrugada. 


Bailinho

Vem conquistando o público paulistano desde a sua primeira experiência por aqui, em 2008. O idealizador, Rodrigo Penna, divide a cabine com convidados — já foram mais de 200, entre eles Alessandra Negrini e Glória Menezes.


Chá da Alice

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Inspirado no livro “Alice no País das Maravilhas”, exibe ares lúdicos. Personagens como a Rainha de Copas e o Chapeleiro Maluco circulam pelo pedaço. Vale aparecer com figurinos temáticos. Pop rasgado e música brasileira bombam nas caixas de som. Tem três edições programadas até o fim do ano. A próxima está prevista para agosto.


M.I.S.S.A.

O Movimento dos Interessados em Sacudir Sua Alma, conhecido como M.I.S.S.A., brinca com a religiosidade. Há garotas com roupas angelicais, placas e adesivos divertidos e nuvens de algodão penduradas no teto. No palco brilha o Trio Ternura, com samba e MPB. Sua segunda passagem por São Paulo deve ocorrer no dia 21 de setembro.


Sapucapeta

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Nos moldes de um bloco de Carnaval, já reuniu mais de 5.000 pessoas por aqui. Clássicos do samba ganham força pela voz do cantor Leandro Sapucahy. A terceira edição está prevista para o dia 24 de novembro.

 

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