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Com intubação de jovens em alta, capital muda orientação para Covid-19

Avanço da variante P.1 faz cidade pedir para que infectados procurem atendimento médico já no primeiro dia de sintomas para acompanhamento

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h21 - Publicado em 19 abr 2021, 11h11
Médicos trabalhando em uma sala branca. Há uma máquina em frente deles, com uma tela ao final dela com imagens do vírus da Covid-19.
 (Itamar Crispim/Fiocruz/Divulgação)
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A cidade de São Paulo mudou sua orientação para os que forem acometidos pela Covid-19. Devido ao avanço da variante P.1, descoberta em Manaus, é recomendado agora procurar atendimento médico assim que surgirem os primeiros sintomas, e não só quando eles se agravarem. 

Para a prefeitura, a mudança se justifica por três motivos principais: os quadros de saúde estão se agravando de forma mais rápida devido a ação da variante; é cada vez maior o número de jovens atingidos e por estar se estendendo o tempo de intenção dos pacientes. 

Não há tratamento precoce para a Covid-19. A procura por unidades de saúde não envolve medicação de forma prévia, mas, sim, o acompanhamento especializado, com atenção de médicos e outros profissionais para a possível evolução dos sintomas.

Pesquisas indicam que a P.1, mais contagiosa que o vírus original da pandemia, está presente em mais de 80% dos pacientes na região da Grande São Paulo desde março. O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, afirmou em entrevista à BBC News que, além de confirmar que o agravamento é mais veloz, a intubação pode acontecer em apenas 24 horas após a internação. 

Variante P.1

Descoberta em janeiro em Manaus, a variante P.1 da Covid-19 apresenta mutações nos genes que codificam a espícula. Essa proteína é responsável pela entrada do vírus nas células humanas e, dessa forma, pode facilitar a infecção pela doença. Para cientistas, há duas hipóteses, ainda a serem confirmadas, de que essa característica resulta também em um agravamento mais rápido do quadro de saúde e tem maior letalidade. 

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A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) fez um levantamento baseado em aproximadamente 27 mil leitos de UTI do país e apontou um aumento de 40% de pacientes necessitando de intubação e ventilação mecânica na atual onda da doença. 

Há também uma mudança no perfil dos pacientes internados, que cada vez são mais jovens. Segundo dados do governo do estado de São Paulo, no começo da pandemia, mais de 80% dos leitos de UTIs estavam sendo ocupados por idosos e portadores de doenças crônicas. No momento atual, 60% das vagas são ocupadas por pessoas de 30 a 50 anos, com a maior parte sem registro de doença prévia. 

As hipóteses que explicam essas alterações são epidemiológicas. Homens dessa faixa etária mais nova tem uma maior exposição devido ao uso de transportes públicos lotados ou pela necessidade de sair para trabalhar. Também é apontado uma minoria, que não segue os protocolos de saúde, e frequenta eventos clandestinos com aglomeração. 

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