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Efeito da variante Delta no Brasil é diferente de outros lugares, afirma especialista

Mesmo predominante em São Paulo e no Rio de Janeiro, cepa não tem provocado alta significativa de casos e internações por Covid-19

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h37 - Publicado em 5 set 2021, 18h16
Imagem gráfica mostra o vírus SARS-CoV-2
Imagem gráfica mostra o vírus SARS-CoV-2: já há outra variante (Pixabay/Veja SP)
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Na capital paulista, cerca de 70% dos novos diagnósticos do coronavírus já são de pessoas infectadas pela variante Delta, informou a prefeitura nesta quinta-feira (2). A disseminação da cepa do vírus, no entanto, não está se traduzindo em aumento substancial de casos de Covid-19 e nem de internações em São Paulo e Rio de Janeiro.

“Apesar da presença da variante na cidade, o número de casos não apresentou curva de crescimento significativa e, por isso, não oferece risco de impacto sobre a rede de saúde pública da capital”, disse a Prefeitura de São Paulo em nota.

O comportamento da variante Delta tem sido diferente do que foi observado em outros locais, afirma em entrevista ao R7 o virologista José Eduardo Levi, chefe da unidade de biologia molecular da rede de saúde integrada Dasa e pesquisador do IMT-USP (Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo).

“A gente tem uma situação totalmente peculiar aqui no Brasil em relação ao aumento do número de casos. Se for olhar Israel, Estados Unidos e Reino Unido claramente estão vivendo uma terceira onda por Delta, caracterizada por um aumento grande do número de casos.”

Ainda não há nenhuma constatação científica que explique o impacto diferente da variante Delta aqui, mas Levi tem duas suspeitas. “Nós tivemos uma incidência muito alta de Gama [variante descoberta em Manaus] em março e abril. Não tem nada provado. Eentualmente, a resposta natural para Gama te dá uma proteção cruzada para Delta maior do que outras respostas naturais, por exemplo, para Alfa, lá no Reino Unido.”

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A outra possibilidade, acrescenta ele, envolve uma vacina não utilizada nos países citados: a Coronavac. “A Coronavac, que foi a vacina mais utilizada aqui, tem uma proteção maior para Delta do que as vacinas de RNA mensageiro que foram usadas em Israel e nos Estados Unidos.”

O caso brasileiro não é o único. Na América do Sul, Chile, Colômbia e Peru, países que viveram picos de infecções neste ano, também não enfrentam alta de casos impulsionada pela variante Delta. O virologista diz acreditar que haja um componente associado a variantes locais destes países.

“O Chile chama atenção porque é um país que usou basicamente Coronavac também. E tem duas variantes que predominam lá. Apesar de terem sido detectados casos de Delta, lá ela não predominou. Eles têm a variante andina, que é a Lambda, e a variante colombiana, que é a Mu, já classificada como de interesse [pela Organização Mundial da Saúde].”

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