Estado lança plano de enfrentamento a varíola dos macacos
Entre as medidas estão a criação de protocolos de atendimento, ampliação de rede de diagnóstico e serviço de orientação 24 horas para profissionais
O governo estadual anunciou nesta quinta-feira (4) a criação de um plano para enfrentamento a propagação da varíola dos macacos. Entre as medidas estão a criação de protocolos de diagnósticos e assistência, rede de laboratórios para testagem, preparo para que 93 hospitais possam receber casos mais graves, um comitê reunindo 24 especialistas e ainda um serviço 24 horas de orientação aos profissionais de saúde.
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Dados do Ministério da Saúde indicam que 75,4% do total dos casos do Brasil foram diagnosticados no estado de São Paulo (1 298 de 1 721). A capital superou a barreira dos 1 000 casos, tendo a maior concentração da doença no país.
O plano anunciado hoje pelas secretarias de Estado da Saúde e a pasta de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde não prevê nenhuma medida de restrição ou mesmo recomendações adicionais relacionadas às máscaras, volta às aulas ou nos transportes públicos. Em essência, tratam-se de preparativos para a rede de saúde sob a responsabilidade dos órgãos de controle do governo estadual.
Na terça-feira (2), a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de São Paulo já havia orientado os seus profissionais e também professores e demais trabalhadores da educação em relação às medidas de cuidado, prevenção, transmissão, notificação e isolamento.
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No anúncio feito nesta quinta-feira pelo governo estadual, foram definidos os 93 hospitais estaduais e maternidades que serão referência e que receberão os casos mais graves e que necessitem de isolamento e internação. Atualmente, os casos têm sido concentrados no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. A ideia é que outras unidades, principalmente as ligadas aos hospitais universitários, também ampliem o atendimento a esses casos.
As grávidas terão atenção especial. Caso elas sejam diagnosticadas com a varíola dos macacos, ela será acompanhada e seu parto deve ser feito em uma unidade de alto risco, e será priorizada a cesárea, e não o parto natural.
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Outra medida é credenciar mais laboratórios para a realização de exames de PCR em tempo real e RT-PCR. Atualmente, os laboratórios desenvolvem os testes chamados de in house, ou seja, com desenvolvimento de tecnologia próprios, porém, eles precisam enviar todas as amostras para o Instituto Adolfo Lutz. A ampliação da rede prevê que isso possa ser feito também para o Instituto Butantan e laboratórios universitários e privados.
As ações ainda incluem lives para atualização dos profissionais de saúde, um serviço 0800, com médicos plantonistas 24 horas para orientar e esclarecer dúvidas dos profissionais de saúde das redes pública e privada sobre a doença, e um centro de controle e integração, que terá a participação de 24 especialistas de diferentes áreas, tais como cientistas, epidemiologistas, virologistas, infectologistas e professores universitários. Esse grupo funcionará em forma semelhante ao extinto comitê científico que ajudou o governo estadual no combate à Covid-19, analisando os cenários epidemiológicos e propor medidas.