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Saúde recua e não recomenda vacinar adolescentes sem comorbidades

A pasta havia autorizado a imunização do grupo em nota divulgada no dia 2 de setembro

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 set 2021, 13h18 - Publicado em 16 set 2021, 12h05
Imagem mostra enfermeira retirando dose de vacina de fraco com seringa
Enfermeira segura seringa com dose de vacina contra a Covid-19 (Governo de São Paulo/Divulgação)
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O Ministério da Saúde voltou atrás na conduta que previa vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades. Em nota publicada nesta quarta-feira (15), a pasta orienta que não seja feita a imunização deste grupo.

De acordo com o texto, a vacinação deve se restringir a apenas três perfis: adolescentes com deficiência permanente, adolescentes com comorbidades e adolescentes que estejam privados de liberdade. A nota também diz que houve redução na média móvel de casos e mortes por Covid, o que torna o cenário epidemiológico menos perigoso para os adolescentes sem comorbidades.

A posição atual do Ministério da Saúde contradiz nota de 2 de setembro, que recomendava a imunização de todos os adolescentes a partir de 15 de setembro, seguindo ordem de prioridade.

“São mais de 20 milhões de adolescentes de 12 a 17 anos. Com a chegada de mais doses da Pfizer até o fim de setembro, teremos doses suficientes para distribuir imunizantes e vacinar, não só os adolescentes, mas também aplicar a dose de reforço nas pessoas com mais de 70 anos e imunossuprimidos. Mas é importante que os municípios concluam a vacinação dos adultos com a primeira dose”, disse na ocasião o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz.

A última nota, que passa a não recomendar a vacinação em adolescentes sem comorbidades, é lançada no contexto de falta de vacinas no Brasil, principalmente para segunda dose.

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De acordo com o ministério, os adolescentes sem comorbidades formariam o “último subgrupo elegível para vacinação e somente vigoraria a partir do dia 15 de setembro”. A pasta também diz que a “Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades”.

A posição da OMS, no entanto, é diferente. O órgão diz que “crianças e adolescentes são menos propensos a ter complicações por causa da doença” e que a imunização do grupo é “menos urgente” em relação a outros. A diretora-geral assistente para Medicamentos e Vacinação da agência, Mariângela Simão, diz que deve haver cautela na vacinação. 

“Tem que levar com cuidado, principalmente por questão de segurança. A relação de benefício em aplicar a vacina nas crianças ainda não está comprovada. Então você precisa ter mais dados, precisa ter mais estudos sobre a segurança dessas vacinas na faixa etária menor”, disse à ONU (Organização das Nações Unidas) News. Se houver vacinação, a OMS recomenda que ela seja feita com a Pfizer, como ocorria até então no Brasil.

Em nota publicada no dia 15 de setembro, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) diz que “a vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária, priorizando neste momento aqueles com comorbidade, deficiência permanente e vulneráveis como os privados de liberdade e em situação de rua. Havendo quantitativo de doses suficientes para atender a estas prioridades deve imediatamente ser iniciada a vacinação dos demais adolescentes”.

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A capital vai manter a vacinação de adolescentes sem comorbidades. Em nota, a gestão Doria lamentou a posição do Ministério da Saúde. “A vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações. A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles.”

 
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