Banca na Lapa vira ponto de encontro vendendo ‘um pouco de tudo’
"Turbinada" com pintura rosa, máquina de fumaça e globo espelhado, loja tem incensos, revistas, maiôs vintage e até louças
Uma banca de jornais na Lapa ganhou vida nova e virou ponto de encontro dos moradores do bairro. Na Praça Sá Pinto, o espaço foi pintado de rosa e “turbinado” com spots de cinema que fazem as vezes de luminárias. Ali, vende-se de tudo.
Louças, incensos, revistas estrangeiras, publicações independentes, itens de tabacaria e maiôs dos anos 1980 ocupam as prateleiras instaladas por Tatá Sausmikat e Ariel Bemergui, que comandam a Botando Banca desde dezembro, quando decidiram alugar o ponto.
“Já começamos vendendo muita coisa, como roupas, bolsas, brinquedos de criança e cadernos”, diz Tatá.
Com um gato “endiabrado” como logomarca, a porta do estabelecimento ganhou grafite assinado pela artista Mari Mats, e uma máquina de fumaça foi instalada na reforma feita pelo casal. O aparelho costuma funcionar nas festas que acontecem de tempos em tempos. A bancada vira mesa de DJ e já recebeu nomes como Claudia Assef, Val Pescador e Roberta Cunha.
Além da dupla, também dá expediente ali Shirley Stefanowski, mãe de Ariel, que abre a banca e atende aos clientes de manhã. Quem passa em frente pode dar a sorte de encontrá-la balançando a cabeça e dançando na calçada para aquecer e espantar o frio logo cedo.
O público, segundo ela, é bem variado — e inclui até os cachorros do bairro. Habitué, o pug Patrício adora se acomodar em uma das cadeiras de praia. “Eles amam aqui e chegam já entrando”, diz Tatá.
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Algumas peças que parecem estar à venda são na verdade parte da decoração caprichada da dupla, como um lenço antigo feito em comemoração aos 400 anos de São Paulo, que ilustra pontos históricos no mapa da capital.
Ariel agora se dedica exclusivamente ao negócio, mas já foi cenógrafo e trabalhou com iluminação, paisagismo e produção cultural. Tatá é assistente de direção e investe na carreira de diretora.
“Eu passava aqui em frente de moto e via uma floricultura meia-boca. Depois fechou e só ficava uma senhora tricotando por ali todo dia. Com tanto espaço, eu vi que tinha potencial para ter um monte de coisa”, relembra Ariel. “E ele sempre foi acumulador de arte e de tudo, não conseguiria fazer só uma banca com tabacaria”, diverte-se Tatá. Os fregueses agradecem.
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Publicado em VEJA São Paulo de 19 de julho de 2024, edição nº 2902